Flutuando entre alegrias bobas e tristezas bem fundamentadas.

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Caixa de arrependimentos

Toda vez que eu reabro minha caixa de memórias, sinto externar um sentimento amargo de dívida com o passado. Repasso os dedos cuidadosamente em cada envelope endereçado à pessoa que fui, prendo a respiração ao ver que as datas já estão distantes o suficiente para emergirem no breu do esquecimento. Engraçado perceber uma luz sempre irradiando lá de dentro, do fundo – da alma? – bradando por um ponto final.

Nunca gostei muito de chegar ao final. A verdadeira aventura está em percorrer o caminho… Pelo menos costumava ser assim. Já se passou tanto tempo? Preferia deixar a última página das minhas histórias descompassadas. Cansei de escrever livros em branco. Eu acredito em fases, entende? Boas e ruins. Depois de tantas maremotos, não esperava perder todos meus contos, meus personagens. Que nem eram meus.

Egoísta ao não compartilhar o desfecho de tudo. E hoje o enredo cobra um final – feliz? – e atormenta-me com os temíveis “e se?”. Reviver histórias tão antigas hoje não é uma opção. Nenhum dos integrantes atuaria novamente no mesmo cenário. Busco o quê? Voltar a ser o que era? Deixar tudo como está? Ou abro o livro do destino e começo… Bem… De onde começo? Do fim? Faço o inverso. Compreendo o início, faço do ponto de partida o meu próprio encerramento.
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Publicado originalmente no blog da

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